O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.
(João Cabral de Melo Neto)
Suponha um copo d’água
e uma sala repleta de luz.
Sobre o tampo d’uma mesa
o copo translúcido atua
suando tranquilo
sua mancha na madeira teca
opaca. Os bichos ciscando
lá fora. Janelas enormes
que ocupam quase
toda a extensão das
paredes da sala. O sol
emanando seus raios
ao pulmão de vidro
em que estou contido.
Escrevo à prova de balas.
*
O mar Egeu não se ergue
(nunca depois navegado)
sob o abismo desta manhã.
Escrevo. Mastigo alguns
nacos de fruta
(suponha ser manga ou caju).
Poema: os bichos ciscando.
A engenharia é o mal
necessário a quem
pensa o poema e se
esgota ao pensar(-se),
máquina d’emocionar.
O copo d’água, as frutas,
a madeira teca, o iMac, o .doc:
todas as coisas bem claras.
***
renan muernberger
*
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas