para e com chiara, bea, valérie
borboleta é um ser irrequieto.
para vestes usa pólen.
tem um cheiro colorido
e babas de amizade.
descola por ventos
e facilmente aterriza em sonhos.
borboleta tem correspondência directa
com a palavra alma.
para existir usa liberdades.
desconhece o som da tristeza
embora saiba afogá-la.
usa com afinidades
o palco da natureza.
nega maquilhagens isentas
de materiais cósmicos, como digo:
pó-de-lua, lápis solar
casdtanho-raiz, cinzento-nuvem.
borboleta dispõe de intimidades
com arco íris
a ponto de cócegas mútuas.
para beijar amigos e vidas ela usa olhos.
borboleta é um ser
de misteriosos nadas.
***
ondjaki
(luanda, 1977)
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libélulas avoam danças
aranhas cospem tranças
morcegos ralham noites
ursos linguam potes;
rapozas agalinham-se
ondas engolfinham-se;
carochinha avoa voa
preguiça dorme à toa;
toupeiras entunam-se
grilos estrelam-se;
noites adescaem
estrelas agrilam-se
eu libelulizo-me.
***
Ondjaki
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uma mosca parada
dominou o sol.
estive olhá-la
mas ela não.
em sopro
não se mexeu.
em aproximação de aranha
não se rendeu.
seus olhares aquietos
rebolam a tartde.
uma mosca parada
pode incomodar uma pessoa.
***
Ondjaki
(Luanda - 1977)
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19 de abril 2013
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