O teu olhar é o mais
escala absoluta
Fechas as pálpebras
estranha ausência
ou saudades, esse vislumbre, esse
Atravessado três vezes por um denso
o teu olhar é o mais
brilhante
giratória grandeza abrupta
Perto ou longe já se incendeiam
partituras sós, o concerto exige
ao receber-te sempre, ó
Preparo
É hoje o teu regresso
noite urdida na radiante
Atravessando o céu
devolvendo a minha chuva.
***
marilia miranda lopes
*
O ritmo dos movimentos
o olhar soalheiro
É com ele que me alinho na marcha
com gigos ao alto das costas
Será talvez o que suspende a tecnologia
talhado para a prova dura
sob a erupção
Em exercício sensual
desgovernado assoma
à varanda das montanhas
Do balcão assiste
à labuta das mãos
Um fio de suor
escorre das órbitas.
***
marília miranda lopes
*
(in “Castas” – Q de Vien Cadernos de A Porta Verde do Sétimo Andar)
Há dias que escaldam,
dias de fogo posto na brancura da neve,
dias devoradores de carne
em sangue sobre o orvalho da pele;
Há dias em que dói o milagre
na cabeleira de um querubim
escorregando Alvão abaixo
sem medo;
Há dias sem tempo
no negro musical do espaço
que se encarrega de mim.
***
marília miranda lopes
*
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