Não é por ainda te amar
que te coroo depois de morta:
tivesse-te amado um pouco mais
e talvez a casa tivesse sido velada,
e tu coroada rainha em vida
para que todos os homens
te admirassem enquanto eras bela,
e não agora que és só cadáver.
Trouxe-te à superfície não porque te amo,
mas porque te amei na minha euforia;
desenterrei-te não para te dar vida,
mas para me conformar que estás morta,
e quero que todos os homens te chorem
para que não me fuja essa certeza.
***
david teixeira
s. pedro do sul, 1990
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