tem lanternas no lugar dos brincos
de princesa
caminha como se pisasse sobre
a malva-real-dos-poetas
sempre a deixamos
em códigos apressados de boticários
nos moleskines
como se, com ritual de fiandeira,
pudéssemos escondê-la
do massacre das horas
a idéia luminosa, o aneurisma metafísico
que se entope de cartas
financeiras
anulando-se em cifras de malmequer
sagrado é o seu coração de cromo, com suas ligas metálicas.
(um elemento de transição, duro, frágil, de coloração cinza semelhante ao aço. muito resistente à corrosão.)
***
andreia carvalho gavita
*
bailarina trágica
anágua esverdeada
cordeira
eletrizada
no umbigo, jaspe sanguíneo, magma
laríngeo
sol
***
andréia carvalho
*
na cela que é o corpo
fechado
planisfério
fagulha votiva
de hélio
agoniza
a virgem fria
dos cleros
na cela que é o corpo
outro corpo
herético
sigila
o cio hermético
almagesto
soubessem as negras centelhas
que esta crença liberta
extinguiram todas as vendas
matéria dolorosa
evaporada
rezassem as missas vermelhas
que este júbilo desperta
constelariam todas as sendas
matéria gloriosa
revelada
na cela que é o corpo
outro corpo
duplicata
homúnculo & quimera
éter na terra cinza no céu
hienos gamos na atmosfera
***
andréia carvalho
*
no meu sangue pardo
índio, a tez.
no meu sangue pardo
navio, português.
mil poetas calam
cancioneiros
na nevasca deste veio
calam os espelhos
escribas, marinheiros.
no meu sangue calo
um fado
granizo
correio
***
andréia carvalho
curitiba - breasil
*
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