Aquela extensão que dilata as narinas,
aquela altura que se inclina para o teu lado.
A claridade espalhada pela brancura do leite.
E o cheiro da lã.
E o cheiro do pão.
E aos pés do rebanho e do homem atento
ao canto das línguas na água do bebedouro,
descalço,
na nudez dos seus cinco sentidos,
a manhã avança ao encontro do meio-dia.
Manhã de génese! Evapora nos campos
os orvalhos da erva. E o incenso da estrumeira.
De horizonte a horizonte: um homem - e um campo.
De horizonte a horizonte: o rebanho - e Abel.
***
Avraham Schlonski
Ucrânia (1900-?)
*****************************************
[trad: cecília meireles]
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas