Antes hei morrer
cero veces
atravesando o tempo
ata acadar a densidade xusta
para tan branco instante
e logo beber do amor
neutro
e desligado
como leite morno
como un soño sen raíz
como a memoria do fin.
Antes hei renacer
para conducir dedos ilimitados
por extremos
converxentes
e coa maior humildade
derribar nun sospiro
o castelo das palabras
de cartón.
Antes hei ollar o sol
de frente
ata chegar ao término
onde as cousas comenzan
a rodar combinadas
unha e outra vez
pois son todas as cousas
unha soa no solpor.
O Silencio
é semente diminuta, universal,
da que agora fuximos
mais mañán procuraremos
nós,
as durmintes criaturas
desmandadas
e sen constancia.
***
Cristal Mendez (1964)
Vigo - Galiza
********************************
Aínda non.
Antes hei-de morrer
zero vezes
atravessando o tempo
até conseguir a densidade justa
para tão branco instante
e logo beber do amor
neutro
e desligado
como leite morno
como um sonho sem raiz
como a memória do fim.
Antes hei-de renascer
para conduzir dedos ilimitados
por extremos
convergentes
e com a maior humildade
derrubar num suspiro
o castelo das palavras
de cartão.
Antes hei-de olhar o sol
de frente
até chegar ao término
onde as coisas começam
a rodar combinadas
uma e outra vez
pois todas as coisas são
uma só no ocaso.
O Silêncio
é semente diminuta, universal,
da que agora fugimos
mas amanhã procuraremos
nós,
as dormentes criaturas
desmandadas
e sem constância.
[trad: cas]
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