non sigas lendo. isto é unha trampa.
non vou dicirche que faría canto quixeras
e estamos incriminados nela, ti e máis eu
non vou dicirche que quizais non
e debes seguirme punto por punto ata o final
non vou dicirche que enterrei todas as palabras
estás atrapado agora, e a vida váiselle a este poema
poderás empezalo unha e mil veces e mil e unha veces acabará da mesma forma
estamos só os dous e ti fasme sentir que todo isto é certo
pero se non é certo, por qué segues aquí
por qué segues
a piques de caer nesta trampa indivisa
na vida que se lle vai a este poema, secamente
faría canto quixeras
quizais non
enterrei todas as palabras
quédanme estas para che dicir que quero
aprender
o teu rostro
de memoria
***
Estíbaliz Espinosa (1974)
Coruña - Galiza
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não continues lendo. isto é uma armadilha
não vou dizer-te que faria quanto quisesses
e estamos implicados nela, tu e eu
não te vou a dizer que talvez não
e deves seguir-me ponto por ponto até ao fim
não vou dizer-te que enterrei todas as palavras
estás apanhado agora e a vida se vai a este poema
poderás começá-lo uma e mil vezes e mil e uma vezes acabará da mesma forma
estamos só os dois e tu fazes-me sentir que tudo isto é certo
mas se não é certo, por que continuas aquí
por que continuas
a ponto de cair nesta armadilha indivisa
na vida que se vai a este poema, secamente
faria quanto quisesses
se calhar não
enterrei todas as palavras
restam-me estas para dizer-te que quero
aprender
teu rosto
de memória
[trad: cas]
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