Parece innecesario falar de amor, ás veces
e construír poemas de corpos derrubados,
de fume, de suor, de ventás apagadas,
de líquidos encontros e seguras derrotas.
Parece innecesario mais aínda transitan
folios e máis folios, e libros ademais.
Destrúen o silencio, de feble arquitectura,
dos que calando amamos con terca intensidade.
Parece innecesario falar de amor, ás veces,
para esquecer sen saña as bandeiras do odio
ou as bágoas humildes de quen non ten futuro
e nin pedir perdon por ignorar que somos.
MARTA DACOSTA (1966)
Vigo - Galiza
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Parece desnecessário falar de amor, às vezes
e construir poemas de corpos derrubados,
de fumo, de suor, de janelas apagadas,
de líquidos encontros e seguras derrotas.
Parece desnecessário mas ainda transitam
Páginas e mais páginas, e livros também.
Destroem o silêncio, de débil arquitectura,
dos que calando amamos com obstinada intensidade.
Parece desnecessário falar de amor, às vezes,
para esquecer sem ira as bandeiras do ódio
ou as lágrimas humildes de quem não tem futuro
e nem pedir perdão por ignorar quem somos.
[trad:cas]
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