quando a gata vier lamber o sono
que existe no rosto serão sete e vinte
e sete através da persiana o sol virá
repartido definir o espaço do quarto
(há um instante no sono em que quase
me pergunto se a cor do escuro também
sai por feixes a inundar o dia que vai
na rua). esqueço o corpo encerrando as
pestanas da manhã (tentado adivinhar
pela distância da sirene a fábrica que
se inicia mas) nem o bico dos pardais
descola os olhos deitados; o sono é
um pedaço de dia molhado de noite
por todos os lados
***
João Luís Barreto Guimarães (1967)
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas