Diz-me de amor ardente se não ver,
metáfora que em verso meu somente
me traz de novo a ferida mais contente
e a dor que desatina sem doer.
Teu querer é metonímia de quem quer
a si se convencer do que já sente,
abrir e reabrir constantemente
o verbo que se perde em querer saber.
Persegues vencedora o invencível,
e partes minha vida em duas partes:
nenhuma me pertence e o impossível
reparte-se por ti com tantas artes
que nada se assemelha a tal desnível
de amar essa loucura, os baluartes.
Amor é água ardente enquante arde.
***
Luís Adriano Carlos (1959)
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