Apesar do silvo da chuva
há o poder dos nossos dedos
entrançados como galhos
por encobrir.
Haverá folhas.
Passarão talvez de ti para mim
como ideias marinhas,
água na mão, mão no mar.
Depois a chuva pára.
Um rumor de luz começa.
Tudo traz trancas para desvendar.
***
Manuel Cintra (1956)
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