É que madruga
O realejo
Nos passeios – ganha
Em altura,
A roda. Insolente,
Trepa
Da rua às casas,
Ainda quentes,
Enquanto lá em baixo
Deus corta o fio que
Libertando a trama
Enche de fumo
O espelho junto à cama. E já
Explode a tua vida,
Ao bater brusca
No catavento em chamas.
Cortante, no frio da manhã,
A ventania junta
Em redor do galo
A plumagem, taciturna,
Que levanta no alto
Daquela cidade,
Os telhados,
Inclinados sempre
- quando se ama.
A roda cantarola, vai
E vem nas horas
Que passam, aguçadas,
Já não vem ninguém?
***
Gil de Carvalho (1954)
Lisboa
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas