É isto: a noite de manhã
Tu levantas-te
Manhã e noite não se vêm ao espelho
antes o estilhaçam para dentro
desecontram-se interminavelmente
mas ouvem-se uma à outra entre as salas da casa
Tu estás súbita ali na esquina do corredor
sinto por momentos a tua cara negra
e a imensidão do teu corpo anoitecido
passas-me a manhã devagar
de mão em mão
como um mapa fosforecente
onde por certo íamos morrer
***
Manuel Gusmão (1945)
Évora (Portugal)
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