Um dia minha âncora erguer-se-á dum porto qualquer,
e nesse instante o horizonte entrará num frenesim.
Os mármores diluir-se-ão sob as águas indefinidas
como na travessia entre Eminönü e Üsküdar, a luz
se dilui
no espelho do alvorecer dos minaretes de Istambul
Corrido o mar chega o silêncio. A distância amarra,
e mergulho num sotaque de transterrado.
Aos vapores na correria entre dois mundos
entrego o lirismo da minha língua — este sabor
a enxofre dos caranguejos das ilhas,
para que ela se dilua na água de cobre do entardecer.
***
Ivo Machado (1958)
Açores (Portugal)
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas