Quand j’habitais Florence avec tous mes parents,
Ma mère, ma grand-mère et l’arrière grand-mère
Aux longs cheveux d’argent,
J’aimais tant les iris de nos jardins toscans
Et le parfum de leur terre légère…
Ah! le Printemps, depuis, n’est plus un vrai printemps!
Il n’y a plus la couleur des vitraux, vos couleurs,
Saint-Marie-des-Fleurs,
Et celles de l’Arno
Sous les ponts recourbés où passait Béatrice.
Le soleil qui baignait les salles des Offices
N’a plus cet or subtil de matins déjà chauds
Le long des murs anciens et des champs de repos.
Les rossignols, depuis, ont tous une voix triste
Et l’aube qui persiste
À l’ombre des cyprès, je ne la connais plus.
Nos jardins d’autrefois, nous les avons perdu
***
sabine sicaud
villeneuve sur lot, france (1913-1928)
*
Quando morava em Florença
Quando morava em Florença com todos os meus parentes
A minha mãe, a minha avó e a minha bisavó
Com os seus longos cabelos prateados,
Gostava tanto dos íris dos nossos jardins toscanos
E do perfume da sua terra leve…
Ah! desde então a Primavera já não é a mesma!
Já não tem a cor dos vitrais, as nossas cores,
Sainte-Marie-des-Fleurs,
E as do Arno
Onde Beatriz passava sob as arcadas das pontes…
O Sol que banhava a sala dos Museus
Já não tem esse ouro subtil de manhãs já quentes
Ao longo dos muros antigos e dos cemitérios.
Desde aí, os rouxinóis têm todos uma voz triste
E a alva que persiste
À sombra dos ciprestes, já não a conheço.
Perdemos os nossos jardins de outrora…
***
[trad: maria da luz miranda]
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