está orvalhada a rotunda memória como o leito
os corpos mudaram na desfolhada
traficaram-se na sociedade
a casa derrocada areja-se de primavera
e o olho cúmplice do sol atravessa o tempo
o pensamento revoluciona
quando só o mesmo se pode manifestar
o azul continua leve
os glóbulos vermelhos
carecem de furtos silvestres
o pé escorrega lentamente pela perna
que desliza para dentro do poço
o ouvido segue o voo do foguete
e estoura as mãos de saudade
despeja-se o rubor das pétalas no peito
e sai-se de bicicleta
circolando em linha recta
o mundo é um balão
marioneta colorida
na mão esquerda de um feto
***
fátima vale
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