"algures pela rua no nenhures da vida"
o crepúsculo fecha-me pelas mãos
na sua lucífera têmpora está o céu
um óvulo machado na sua cor ilegal
um pinhal de luas num invólucro de desejos involuntários
brumas de sonhos que sangram pela lâmina da luz
um punhal de poente com cabelos de rosas
e névoa na pele da tarde
esse céu rosado
ferido de clarões proféticos
essa trévoa que danifica as vértebras
e clarifica como uma fibra menstrual
o protesto da carne arbórea
o místico óvulo que transmigra pela saliva
a chuva que transita pela água do indefinido
o alimento incandescente em pétalas
a cadeira intangível das recordações
a extinção da alba pelo rosto do tempo
o rio que se esconde na casa do inverno.
***
carlos vinagre
*
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas