coisas pouco belas enfrentavam a manhã
que não as desfazia
ao longo da travessa estreita e colorida
as mesas inclinadas na calçada irregular
pratinhos trepidantes com cafés
diziam tudo
à vida escorregadia
então um sopro de anima
e houve de ti imagem
como se sentado na esplanada
fosses um tal de lisboeta
e eu de perto
como se à luz raiante da manhã
o grande mundo me mostrasses
ainda infantil brilhante
no fundo do caleidoscópio
depois
as folhas cintilaram horas
e a vida perturbou a calçada
uma carrinha vermelha passou
embalada fosforescente
a luz ou eu
voou um corropio
e um pássaro gritou
sem ti
[mais tarde à noitinha por entre a escuridão
escrevi-te: ensina-me a prender luz nas mãos]
***
ana paula sena belo
*
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas