Caen cubos de hielo
En el delta de estos ojos marfil
Desde mi seno erecto lleno de lluvia
Que brota como un iceberg
Contemplando cómo se mece en mis pupilas
El frío suspiro
Cómo contemplo con mirada hambrienta
Cómo se deslizan los ejes de mi cuerpo alucinado
Cómo se pierden en ellos las palabras sin retorno.
Máname de invierno como esas estalactitas
Calladas con su limbo que gotea febril
Mi inagotable voz que se vierte.
***
ana ysabel pèrez
venezuela, 1968
*
DOS MEUS OLHOS MARFIM
Caem cubos de gelo
No delta destes olhos marfim
Do alto do meu seio erecto cheio de chuva
Que brota como um iceberg
Vendo como se movimenta nas minhas pupilas
O frio suspiro
Como contemplo com olhar esfomeado
Como deslizam os eixos do meu corpo alucinado
Como neles se perdem as palavras sem retorno.
Mana-me de Inverno como essas estalactites
Caladas com seu limbo que goteja febril
A minha inesgotável voz que se verte.
*
[tradução para português: alberto augusto miranda]
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