Quando as feras montaram
Sobre o resto de velhas origens,
Eu te procurei no meio daqueles
Que primeiro haviam desistido,
Eu te quis vivo,
Transtornado, mas vivo,
E perdi a minha inocência
Ao descobrir, em teu lugar,
Uma aberração que sorria.
O peso de um duro cansaço
Expôs a medida do meu ressentimento,
Eu me desequilibrei,
Estava paralisada de medo.
Uma eternidade se passava
Assim violentamente
E nós a compreendíamos
Na expressão da nossa descrença,
Na fertilidade macabra das bestas,
Na hesitação da nossa paciência.
Nada mais nos distinguia do medo,
Nada justificava a nossa indigência,
Nem o mais grave pecado cometido.
***
mariana ianelli
s. paulo (brasil), 1979
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