Enquanto nas cidades costeiras
o coro trágico da posteridade
aspira o ar como um funcionário
que se prepara para as tarefas do dia
avisto uma última vez os teus olhos
Os teus olhos deveriam ter nascido em épocas diferentes
em mundos diferentes
não neste lugar panorâmico e incurável
onde os sentidos são repetidamente censurados
nestes barrancos áridos para que o tempo passe
com todas as armas da culpa
No salva-vidas enquanto o meu navio se afunda
os teus olhos dos quais nunca me poderia defender
erguem-se num louvor
capaz de ensurdecer para sempre os que duvidam
***
josé tolentino mendonça
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