para a júlia
À sombra da couve-galega
no altar da nora enferrujada
edificávamos quintas.
Lâminas de xisto erguiam paredes
lama de rio as agregava,
fósforos decapitados serviam
de portas e cancelas, seixos
delimitavam a parcela,
bugalhos baliam sem boca
cascos ou lã que se visse.
Para o final o jardim:
flores sem nome
aos toscos muros arrancadas.
Quem nos visse de longe
com lodo nos antebraços,
tão magros ambos a pele tão clara
tomar-nos-ia decerto
não por duas, mas por uma
criança afogada.
***
rui lage
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