São anjos de metal, estendidos no outro lado
do mar, com a pele encostada a um navio.
Anjos inclinados para a madeira, presos a uma
corda, sabendo que o céu se abre para eles como
uma forca. Uma grande luz vem dos penhascos,
traz essas mulheres no seu dorso, esmagadas pelo
olhar. Uma sirene cruza o nevoeiro. É de novo a
morte, a última tentaçãoda carne, o grande vestido
deposto sobre um estrado. Outro anjo nasce
fulminando a beleza do dia. Tem uma voz, um rosto,
uma oficina. É um cântico tardio, uma desordem,
uma paixão que se esvai triturada por uma súbita fraga.
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jaime rocha
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