deitei a cabeça em cima da fotografia
e com a respiração despertei teu corpo
do sítio penumbroso onde viveras
o tempo não se gastou
passei estes anos a colocar as coisas
nos seus devidos lugares
ainda ouço
a voz outonal das palmeiras e o murmúrio
do vento cercando a casa protegida pelo bolor
era uma pequena ilha dizias
onde os ruídos duma vida anterior a esta
dormitavam ainda
agora está tudo arrumado
agito-me em volta das coisas
mas nada posso corrigir
o que está feito está feito
levanto-me daqui e corro para o telefone
tento saber se estás onde penso existir
uma cidade... ninguém responde
onde estarás?
deste ou do outro lado do telefone?
um puto irrompe da insónia
deitando-me a língua de fora
de qualquer maneira não consegui a ligação
***
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