Dois homens trazem consigo
a sombra de uma conversa
com uma cidade por detrás.
O que dizem não se ergue na forma de uma voz.
É o vento, a margem d'água e o ranger
da própria cidade quem termina
o que se podiam dizer.
Há uma reserva nas suas palavras,
uma conclusão suspensa por cumprir.
Ao mesmo tempo, a névoa ergue-se
sobre a hora em que se encontram
e que nunca poderá ser a nossa.
Dois pássaros cruzam-se
em direcções opostas.
Levam uma esperança sem tempo,
perdida.
O que destes homens resta
na forma de um voo ou de uma solidão.
Uma forma sensível de exercer a distância.
***
rui miguel ribeiro
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