Porque escondes a noite no teu ventre?
Nesse país de sombra onde se calam as palavras.
Aí, no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira
e onde vão morrer todos os cisnes.
Eu desvendo a tua dor, o teu mistério
de caminhares assim calada e triste,
quando viajo em ti com as mãos nuas e o coração louco
no mais fundo de ti, onde só tu existes.
Oh, eu percorro as tuas coxas devagar
dobrando-as lentamente contra o peito
e penetro em delírio a tua noite
esporeando éguas no teu sangue.
***
joaquim pessoa
barreiro, 1948
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