Nunca vieste
quando o desejo
fazia um entalhe
de sofrimento e apelo
na polpa, madura, do dia.
Nunca vieste
quando um golpe de luar
abria ao lado do meu corpo
um lençol, fresco, para acolher-te.
A tua boca não prendeu
a flor dos meus lábios.
Nunca calei no teu beijo
a indizível palavra.
Nunca vieste.
Respirei-te no sonho.
A morte terá o teu rosto desconhecido.
***
luísa dacosta
vila real, 1927
*
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas