Encosta a tua orelha no meu turbante.
É azul. A pele não, está no escuro.
Nos teus dedos aqueces misturas, não compostos.
Suspensa num deslaçar da tempestade próxima,
vou escusando o céu sob o qual habitas.
Está vermelho, empoeirado,
ameaçando de morte o mestre das areias secas.
O xeque mate satisfeito.
O sabor da fruta na boca, não se torna amargo,
evidente etapa, olhar metido na boca, devorado, monstro
corando. A pele muda de cor, deixando de ser
secreta, vulnerável.
Guardo-me sabendo que sentes essa marimba
ecoando, ressoando ternura.
Agora eu sei!Sei como amas a minha aventura sacudida, forma
de me eclodir em atmosfera desejo.
É tanto tanto...
Tanto me entrego num pranto em riso
como numa cantiga em me crer corpo pequeno.
Queria ser raiva e coragem, cigana livre
sem correntes, como as tuas, para a salva no deserto.
Sofres por isso, sem aferro, ou
com este destemperado.
***
cristina benedita
*
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