no tempo em que as crianças amanheciam,
eu pensava em ter filhos como se bastasse
esfregar as mãos. eu sorria por dentro,
fechava os olhos com força, preparando-me
para o rebentamento das águas. os dias iam
crescendo no meu ventre e, à medida que
cresciam, eu sentia o movimento de rotação
da terra, deitada de barriga para o ar.
porque o meu filho é um astro puro
à volta do qual a terra gira, no
sagrado útero das minhas mãos.
***
alice macedo campos
penafiel, 1978
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