II
Bem sei que non hai nada
Novo en baixo do ceo,
Que antes outros pensaron
As cousas que ora eu penso.
E bem, ¿para que escribo?
E bem, porque así semos,
Relox que repetimos
Eternamente o mesmo.
III
Tal como as nubes
Que impele o vento,
I agora asombran, i agora alegran
Os espazos inmensos do ceo,
Así as ideas
Loucas que eu teño,
As imaxes de múltiples formas,
De estranas feituras, de cores incertos,
Agora asombran,
Agora acraran
O fondo sin fondo do meu pensamento.
***
Rosalía de Castro (1837-1885)
Santiago - Galiza
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II
Bem sei que não há nada
Novo debaixo do céu,
Que antes outros pensaram
As coisas que agora penso.
Então, para que escrevo?
Bem, porque somos assim:
Relógios que repetem
Eternamente o mesmo.
III
Tal como as nuvens
Que impelem o vento,
E ora assombram, e ora alegram
Os espaços imensos do céu,
Assim as idéias
Loucas que eu tenho,
As imagens de múltiplas formas,
De estranhos feitios, de cores incertas,
Ora assombram,
Ora aclaram
O fundo sem fundo do meu pensamento.
[trad: cas]
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