entre o ontem e o hoje o tempo deixou de ter medida.
soluçam estágios entre a dor e a devastação do ser.
que frágeis e instáveis são os sorrisos!
basta que caia uma só gota ácida de chuva sobre a aparente veste de felicidade.
basta que um grão de chão se evada no sopro do vento.
basta que uma palavra fuja e esbarre no preconceito ou que uma outra não parta nunca.
e tudo se desmorona!
entre o hoje e o amanhã a medida será incerta e o dilúvio tomará conta do tempo.
uma nova tempestade relampeja entre cada pestanejar.
cega!
não há chão,
não há leito,
não há céu.
as pernas deixam de saber caminhar.
cresço no sentido inverso.
as entranhas tolhem-se e arrefecem.
e pensava eu que a vida estava a recomeçar!
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luísa azevedo
(lisboa, 1964)
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