O criador-espião de almanaques retorna ao claustro dos embarcadouros
para orvalhar as gadanhas alucinadas dos tocadores com a pólvora vocabular dos cardumes
onde a tradução mineralizada da fogueira hiemal gorjeia sobre os entalhes das forquilhas-áticas
e os frémitos dos peixes parecem os pilares
das gengivas das ceifas marítimas
quando perseguem as toucas didácticas dos madrugadores dançarinos
que sobrevoam electricamente
as portinholas das gigantescas margens
Invariavelmente os arames elegíacos do pente-do-mar
avolumam os heterónimos
do rosto ciclónico entre os vimes lunares dos aeroportos munidos de licores-passaportes
As faixas de sabonetes soluçam no contágio das rendas das varejadoras perfiladas e dobradas aceleradamente
sobre o cotão metaliforme dos malhadouros
das minerações exiladas
que alteram o escalonamento das caixas-de-ar
como se fossem feixes gaguejados a desabarem na síntese dos cavadores de fósseis
As rebentações dos folículos terrestres ostentam
os truques ambulatórios dos testemunhos solares
como as sentenças dos xistos a orquestrarem os minúsculos impressores das hastes dos açudes
onde a exiguidade dos solavancos dos olhares-da-formiga-curandeira desincorpora as nevroses das propagadoras de semáforos
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luis serguilha
(famalicão, 1966)
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