abandonado o silêncio
o sepulcro e os deuses
as cataratas os contornos os vislumbres
a morte
penhascos do corpo e as viagens
malditas viagens: o desembarque das trevas
a coloração do teu cetim
a coloração da mortalha
( o silêncio das vozes
o silêncio da cantuária)
imensos cristais
imensos diademas
e diademas cristalizados- a morte
um esquecer silenciosamente o silêncio
um esquecer silenciosamente as trevas
um esquecer silenciosamente as pedras
não! abranda! pára-o!
trinca-o!
céus! o passar e o absurdo
os céus e as franjas
as trevas e o silêncio
a beatude e a mágoa
o subterrâneo
cubro-te princesa
cubro-te com o anonimato e as tuas pegadas
cubro-te e as tuas pegadas são um soslaio matutino
um soslaio apodrecido
um soslaio anoitecido
develo assim as franjas do intestino:
o meu raciocínio
lagoas do espírito...
se um dia a nódoa cobrir-te as telas do crânio
eu dir-te-ei: estende-te na abóbada vulcânica
estende-te na abóbada satânica
que o distante já não mora
aqui: uma caverna e uma mortalha
e dói...
***
Carlos Vinagre
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