sobe as escadas até ao amor,
onde a mulher é um corpo contigo,
e a noite tem um ano de cem séculos.
pergunta-lhe pelo vento, que fez dele,
se recorda o nome dos amantes
ou o instante em que o sangue
se fez vinho amargo.
ama-a, dança-lhe os passos,
limpa-lhe o batom,
sepulta-a na cama outrora neve,
onde as sementes de fogo
já arderam. e depois sai, sai.
deixa-a carpindo maquilhagem
e confessando a noite a um cigarro,
vai-te a outras mulheres, vai,
mas não esqueças nunca
a cor das lágrimas,
o desfiar de amantes,
o perfeito som do vento
no coração arruinado da cidade.
***
João de Mancelos
Coimbra - 1968
***************************************
adelia prado(5)
adilia lopes(8)
al berto(6)
alba mendez(4)
anxos romeo(4)
augusto gil(4)
aurelino costa(11)
baldo ramos(6)
carlos vinagre(13)
daniel maia - pinto rodrigues(4)
fatima vale(10)
gastão cruz(5)
jaime rocha(5)
joana espain(10)
jose afonso(5)
jose regio(4)
maite dono(5)
manolo pipas(6)
maria lado(6)
mia couto(8)
miguel torga(4)
nuno judice(8)
olga novo(17)
pedro mexia(5)
pedro tamen(4)
sophia mello breyner andressen(7)
sylvia beirute(11)
tiago araujo(5)
yolanda castaño(10)
leitores amigos
leituras minhas
leituras interrompidas