Sábado, 16 de Fevereiro de 2013
o pulsar das penas...

 

Quais penas incandescentes desapareceram

das pequenas ossadas emparedadas,

neste corpo roído de suposta bem-aventurança.

Que impedimento me falseia o voar pelas planícies,

já sulcadas,

se tais penas se mortificarão com o meu pulsar.

 

***

 

virgílio liquito

 

*


lido em: Sétimo andar

publicado por carlossilva às 14:23
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Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012
a festa ainda não começara

 

"Volatilizaram-se as

Doidas quimeras,

Estoiram os "confetis".

Restam os despojos, cinzentos,

Com estes, pela velhice, farei deles

O meu vómito, a náusea, o asco

Que tenho pelo sentimento,

Emparedado dentro de mim."

 

***

 

virgílio liquito

 

*


lido em: dezaoito

publicado por carlossilva às 00:01
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Quarta-feira, 14 de Setembro de 2011
E o boi sofria...

 

E o primeiro orvalho caía,

pela madrugada o rouxinol tossia.

para lá da vidraça um pingo de amor tumultuava no rebordo da cama;

em baixo no curral, drenar-se-ia um rio leitoso de alegria

O boi gania...

Eo primeiro orvalho caía, pela alvorada,

já rouco, o rouxinal tossia.

Para lá da vidraça umas lamas de amor revolviam-se no rebordo da

cama...

 

Em baixo,

No curral,

drenava-se já um rio leitoso de alegria...

 

O boi, esse, já nem gemia...

 

***

 

virgílio liquito

 

*


lido em: Pegadas - Q de Vian Cadernos

publicado por carlossilva às 12:42
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Segunda-feira, 11 de Abril de 2011
que deus não nos liberte...

 

Que deus não nos liberte das crianças que almejamos ser
Concha, criança agrilhoada de todos os cristais eruptivos:
não admitirás quaisquer que sejam as tuas vidas nunca perdidas.
O deus pequeno, badalado, porque admite que o vendesses à prole, saberá recuar face à chama que exalas pela poesia, nem que te queime os estilhaços que te resta de coração.
Nem os claustros esses, te arrancariam do teu grito de liberdade, o qual bem cedo te acariciou, como estigma da tua única vida, sina tua vivida.
És um verbo, em vida, nunca pela puta despercebida de quinquilharias sentimentais, quais revoltas a tua intrínseca criança, já nascida, agarrada à terra amiga, que não te sepultará.
E nesse carril longo, de esperanças, que causas te obrigariam trabalhar a terra que não digerirá; que te permite, contudo, ciciar as palavras intrometidas que te ferem em momentos de interioridade; elas as ditas, jamais deixarão que te fines no coração de quem se drena pelo seu sangue, que te move como se fosses um criancinha, não desaparecida.

 

***

 

Virgílio Liquito

 

*


lido em: http://filo-cafes.blogspot.com/

publicado por carlossilva às 19:20
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Sábado, 27 de Novembro de 2010
colagens, intuitivas

 

Claro, eu também semeei uma das raposas. De pálpebras cinzentas. Secas, mas luminosas. Há de facto vulcões de chuva micótica, que não alaga, a não ser uma das montanhas paridas, também pela minha raposa, cuja força estrafegou as cloacas de todos que infernam de obstipação, quiçá Redenta, qual força sepultará com terra a outra Raposa.

 

De facto, a redução ao nada, passará pelas cascas das ostras, de todos os emparedados. Nietzsche quase o entendia! Mas as orelhas cheiram o nosso odor, o Asco que Exaramos nas bordas peganhosas dos líquidos martelados.

 

Também borbulham os Paraísos silenciados. Caim tem sido nosso amigo do peito. Mata e fornica em nome do ceifado. E as sementeiras fazem "emanescer", nem sempre, o irreal.

 

Pois, o Plano erótico, o Inclinado, também, o Conta, nos crucifica, nas cruzetas da gosma ancestral. Provocam intermitências que obrigam a matérias.

 

São, por serem. E a linguagem, o linguajar, já tentou retirar a racha ao sol. O pescoço, na altura, foi servido pela língua, nem sempre o peixe se peida pela cabeça. Os cogumelos obrigaram as cabeças a aninhá-los, na curvatura da terra.

 

A Pele, essa fronteira, evita desmanchar o corpo. Que se transforma, nem sempre num timbre calibrante. Que atira para o espaço o gemido, nunca calculado.

 

Que momentos de tal Beijo, nunca Judas morto. Qual arfar transmite pelos trocadilhos, nem sempre húmidos, porém com bafos de línguas afiadas.

 

O vento, Incandescente, que trará tais supostos Espíritos Castrados, que não Indignam os Pensamentos Mórbidos, que empurram os corpos a Atravessae a Carne, a carne por vezes nunca dantes navegada.

 

E a Humidade cálida que sulfatiza relações. os Conceitos Secos, as sucuções que encolhem os corpos Equidistantes, agarrados à Vida.

 

***

virgílio liquito

porto, 1950

********************


lido em: Ex-Creta

publicado por carlossilva às 13:31
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