Sobre o urzeiral nevado,
a granja e a pilha de lenha negras
e o abeto escuro, possante, água-forte
sobre uma estrela, soprada e impassível.
No charco e aço do luar
bizarras me parecem as plantas,
o machado rombo e o pote quebrado
pelo gelo lúcido-trnsparente.
De repente o frio morde até aos ossos
e a minha solidão busca o tiro
que estica o horizonte até à eternidade
na minha desafortunada vadiagem.
Até que me interno mata
e encontro a lebre torturada,
inanimada e rígida
no seu sangue sobre a neve.
Só um branco intenso trago
em mim, e dessa luz estou prisioneiro;
e nada é tão apertado e tão justo
como o próprio corpo.
***
Maurice Gilliams
Bélgica (1900 - 1982)
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[trad: fernando venâncio]
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